​Uma mulher, como muitas que conhecemos, começa a receber cartas eróticas anônimas. Quem é Ele? E por que Ela? Este é o enredo de “Uma mulher impossível”, espetáculo que busca romper com os silêncios impostos frente ao que se deve ser. Através de gestos “pornô-eróticus-oral-gráficus”, o impossível existe e é vertiginoso; impõe um realismo não simulado e joga na cara de espectadores e espectadoras o que ecoa da (im)possibilidade e da potência de ser mulher, num mosaico complexo entre realidade e ficção que cabe ao público montar.

Uma mulher impossível” faz parte do projeto “Trilogiaem Solo Menor” e foi pensado, na esteira da pesquisa e do repertório da ATeliê voadOR, dando continuidade às discussões sobre teatro e sociedade, teatro enquanto agenciamento político e social, que tem em sua gênese a divergência com sistemas de controle e que utiliza para suas ações, estratégias artísticas, simbólicas e estéticas. Essa mulher impossível chega para nos fazer perceber que ainda hoje existe um problema de gênero e que temos que resolvê-lo, através de práticas de liberdade, da transformação do espaço teatral em pensamento crítico e afirmativo da diferença, da desconstrução e da singularidade